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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Sexagésima Sétima Carta: Sorria, ela está perfumada.

"Você sabe bem que nada sai da minha cabeça, sabe que eu lembro bem o que lembro. Havíamos separado o dia para resolvermos a nossa situação, e EU PROMETI pra mim mesmo e para o vento que tudo estaria certo, e que de hoje não passaria, que hoje seria o ponto final ou uma simples ponto para uma nova história. Talvez isso mudasse para pior ou melhor o dia, e assim o resto do ano, o resto das nossas vidas. Mas... Eu primeiramente vim aqui para relatar o que me ocorreu quando você veio, o que me ocorreu durante sua estadia e o que me ocorreu quando se foi, e enquanto eu mergulhava a pena na tinta no chão, a minha distração foi perfeita e 'homunculada' com o fato em geral. Prometemos que resolveríamos as coisas hoje e não o fizemos, e até então não descobri se isto foi um erro ou não, mas o fato é que eu pude notar a diferença de se fazer algo que deve e de não se fazer algo por dever fazê-lo. Parece confuso, e loucura, mas é muito simples, e tão bonito e puro quanto seu amor por animais. Lembra que conversamos tão bem sobre isso, você deitada no chão e eu deitado no seu colo? Você tem um olhar interessante e lindo. E... novamente me distraio. Eu confesso que acabei de sentir o seu perfume. Cheirei meu braço, minhas roupas, mas o perfume ainda sim era fraco. Estava ali, sentado, e entrei em uma nostalgia angustiante  daquelas que te faz gargalhar enquanto chora de agonia. Pude apenas me jogar com raiva contra o chão, e foi ali... Simplesmente o chão, porque gosto de me deitar nele. Explicando tudo de uma forma simples: o que me distraiu em todo o momento de conversar contigo sobre aquilo e agora em escrever sobre o que eu realmente deveria escrever foi o seu perfume, esse tão adorável perfume... E ele agora está no meu chão, o chão onde ninguém vai pisar até que uma limpeza seja urgente. Demorei um bom tempo para levantar e retornar à pena, mas então não haviam lágrimas e sorrisos angustiantes, mas apenas um sorriso sincero, de verdade, uma raridade louvável como aqueles sorrisos antes e depois do jantar. Simplesmente foi adorável deitar a cabeça em seu colo, brincar com o seu cabelo e quase cair no sono por estar recebendo cafuné. Muito tempo que isso não acontece. Um tempo imenso. Pareceu tão além do comum, pareceu tão diferente e tão bom, como se fosse recorrente à nossa relação. E bem o poderia ser. Eu simplesmente preciso agradecer por me dar um cheiro que me fez esquecer dos problemas por um momento, sem precisar fingir, sem precisar 'deixar pra lá' o que tem acontecido... e você sabe que isso tem sido difícil pra mim. Seu perfume simplesmente me fez capaz de sorrir com vontade, e esta noite eu dormirei no chão, sobre seu colo novamente, apenas aguardando um outro cafuné."

Cartas Diretas,
obrigado.

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