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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Sexagésima Nona Carta: Como se o vento estivesse aqui.

"Eu causei essa falta imensa que agora sinto. A má semente que plantei cresce para sufocar, para me lembrar que eu a pus lá e lá a deixei, sozinha, sem ninguém, se alimento e apoio. Eu apenas achei que... cresceria sozinha, que aprenderia sozinha a caminhar e que resolveria tudo por si própria, e que o momento certo para meu retorno seria quando ela estivesse pronta. Eu não acompanho esta mudança, e poucos minutos depois dessa partida, sinto que devo voltar, mas não sei como. Prometi decorar o caminho de casa, porque talvez você esperasse por mim, mas parece que esqueci cada maldita pedra que havia guardado no bolso e jogado no chão para marcar meu retorno. Elas voaram contra minha cabeça. E como se algo pudesse tocar-me... Simplesmente abraço o ar e acaricio minha tristeza nos braços, contra o peito, como se novamente a tivesse aqui. Mas não a tenho. E talvez esteja fadado a viver assim... porque sou eu mesmo... o maldito... ou talvez a maldição... que a afasta."

Carta Direta,
obrigado.

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